Apresentação
SEJA BEM VINDO!
Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) são peças essenciais na incorporação e transmissão de saberes da Atenção Primária à Saúde, sendo a ponte entre a comunidade e esses serviços no que tange a abordagem da doença, interação cotidiana e reconhecimento de necessidades quanto à identificação de problemas, orientações, encaminhamentos e acompanhamento dos procedimentos relacionados à proteção e promoção da saúde.
Condições como um bom salário, organização, boa estrutura, ambiente laboral agradável, alimentação saudável e equilibrada e boa relação interpessoal estão intimamente ligadas com a qualidade de vida e aumento da produtividade no trabalho. Assim sendo, é imprescindível a elaboração de métodos organizacionais e individuais para intervir e auxiliar na capacitação deste profissional e do meio no qual está inserido com o intuito de melhorar a sua qualidade de vida (qualidade de sono, alimentação saudável, prática de exercícios físicos regulares) e de trabalho (priorizando metas, minimizando danos e aumento produtividade).
Neste sentido, justifica-se a realização do presente estudo para acrescentar informações pertinentes acerca do trabalho realizado pelos ACS nas Equipes de Saúde da Família, bem como as repercussões do contexto deste trabalho em sua saúde física e emocional. Tais informações poderão subsidiar a análise do trabalho realizado pelo ACS, o planejamento e a definição das funções executadas por este profissional a fim de promover e contribuir para uma melhor qualidade laboral e consequentemente uma melhor prestação de serviços à comunidade.
Objetivos
- Identificar longitudinalmente as condições de trabalho e saúde dos Agentes Comunitários de Saúde do norte de Minas Gerais.
- Descrever as características sociodemográficas, de formação e ocupacionais dos Agentes Comunitários de Saúde.
- Identificar as atribuições desempenhadas pelos Agentes Comunitários de Saúde nas Equipes de Saúde da Família.
- Verificar a qualidade de vida e o estilo de vida dos Agentes Comunitários de Saúde.
- Avaliar a prevalência do estresse ocupacional em Agentes Comunitários de Saúde.
- Analisar a presença de Fadiga por compaixão em Agentes Comunitários de Saúde.
- Analisar a presença do conflito trabalho-família em agentes comunitários de saúde.
- Avaliar a capacidade para o trabalho em agentes comunitários de saúde.
- Avaliar os aspectos emocionais dos agentes comunitários de saúde.
- Investigar os hábitos de fotoexposição e fotoproteção da pele e os efeitos solares em agentes comunitários de saúde.
- Investigar o contexto de trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde e as suas exigências.
- Verificar indicadores de prazer e sofrimento no trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde.
- Identificar os danos à saúde relacionados ao trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde.
- Avaliar as condições de saúde dos Agentes Comunitários de Saúde: perfíl bioquímico, medidas antropométricas, capacidade física e avaliação postural.
ASPECTOS ÉTICOS
ETAPA MONTES CLAROS
Na etapa Montes Claros, foram incluídos apenas os ACS de Montes Claros, que é o município sede da macrorregião de saúde norte de Minas Gerais. A cidade tem população estimadas de aproximadamente 410 mil habitantes e cobertura integral das ESF.
Participaram do estudo 675 ACS, distribuídos em 135 unidades de ESF do município de Montes Claros.
Foram aplicados diversos instrumentos como o IDATE, instrumento utilizado para avaliar a ansiedade, e o ITRA (Inventário do Trabalho e Riscos de Adoecimento) que avalia a interrelação entre trabalho e adoecimento.
Esses instrumentos foram aplicados por uma equipe capacitada e sob a supervisão dos pesquisadores responsáveis pelo projeto em ambiente especialmente preparado e distante do local de trabalho. Os ACS foram convocados a comparecerem ao local de coleta, em grupos de até 20 profissionais por dia, seguindo programação prévia, pactuada com a gestão municipal e com a equipe de saúde.
RESULTADOS PRELIMINARES
ETAPA COVID-19
A etapa COVID-19 foi desenvolvida entre os meses de julho e outubro de 2020, com o objetivo de avaliar as modificações na rotina pessoal e laboral dos ACS durante a pandemia da COVID-19.
Para esta etapa, considerou-se todos os ACS do norte de Minas Gerais, cuja população de ACS é de 3747 profissionais, distribuídos em 11 microrregiões de saúde e 86 municípios.
Após cálculo amostral, fizeram parte da amostra 1220 ACS, oriundos de 36 municípios.
O questionário foi desenvolvido via web e encaminhado aos ACS após autorização do secretário (a) ou gestor (a) de saúde ou coordenador (a) de Atenção Primária em Saúde de cada município, podendo ser preenchido pelo participante por meio de celular ou computador com acesso à internet.